BRASÍLIA –
Aumentar a produtividade das empresas e reduzir os custos sistêmicos da
economia são os principais objetivos do novo ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, senador Armando
Monteiro (PTB-PE), anunciado oficialmente nesta segunda-feira (1º/11) pelo
Palácio do Planalto. “O desafio central do Ministério é coordenar e fazer
avançar a agenda da competitividade”, declarou Monteiro em rápido
pronunciamento no Planalto, após a oficialização da indicação. A posse ainda
não está marcada.
É preciso, defendeu ele, construir um
ambiente econômico e institucional alinhado com as melhores referências
internacionais. “Esse aperfeiçoamento institucional é fundamental para que
possamos ser capazes de nos expor e competir numa economia mundial cada vez
mais integrada”, completou. Para isso, será necessário, segundo Monteiro,
superar vários entraves que persistem emperrando o aumento da competitividade.
Alinhou, entre tais gargalos,
“elevados custos sistêmicos, com um sistema tributário complexo, que onera os
investimentos e as exportações, deficiências na capacitação do capital humano e
na qualidade da infraestrutura e um excesso de regulamentações e procedimentos
burocráticos que desestimulam o desenvolvimento das atividades produtivas”.
Ex-presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), ex-deputado federal por três mandatos, senador
eleito em 2010, Armando Monteiro destacou que, como ministro do
Desenvolvimento, irá atuar mantendo “um diálogo aberto e franco” com o
Congresso Nacional e o empresariado.
EIXOS –
Em substituição a Mauro Borges, Monteiro foi anunciado como ministro do
Desenvolvimento pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República e
apresentado à imprensa logo após audiência da presidente Dilma Rousseff com a bancada federal do PTB,
no Palácio do Planalto.
Armando Resumiu em cinco eixos o que
classificou como “agenda positiva de indução ao processo de desenvolvimento
econômico sustentável”:
1) Reformas regulatórias que permitam
a desoneração das exportações e dos investimentos. Com relação ao sistema
tributário, é preciso reduzir a cumulatividade dos impostos indiretos, com a
devolução ágil dos saldos credores e a simplificação do recolhimento dos
tributos. Esse processo de simplificação deve se estender em relação aos
processos aduaneiros, de modo a trazer ganhos de eficiência para as empresas no
comércio exterior;
2) Promoção de uma política comercial
mais ativa, que produza ampliação dos acordos comerciais com parceiros
estratégicos e que permita a inserção internacional das empresas brasileiras
nas cadeias globais de valor. Essa estratégia é essencial para que as empresas
obtenham ganhos de produtividade e de escala; absorvam novas tecnologias e
adquiram maior vigor diante das oscilações da economia e do mercado interno;
3) Incentivo ao investimento e
renovação do parque fabril, de modo a reduzir a idade média das máquinas e
equipamentos em operação no país. É preciso desburocratizar e facilitar a
implementação dos investimentos no Brasil, especialmente em áreas estratégicas,
como a de infraestrutura.
4) Criação de arranjo institucional
que favoreça e estimule a inovação. Para isso, é preciso aprimorar o marco
legal, ampliar o escopo e foco do financiamento, remover os obstáculos que
afetam a capacidade de autofinanciamento privado e incrementar a relação entre
as lideranças científicas e as empresas.
5) Definição de um sistema de
governança para gerir a agenda da competitividade, com objetivos e metas
claramente definidos e avaliações periódicas, mantendo um diálogo com o setor
produtivo e todas áreas do governo que estarão envolvidas com essa agenda. (Crédito
das fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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