*Por Dr. Paulo Lima
Ultimamente tenho
andado um pouco repetitivo e, vez por outra, me pego escrevendo frases que me
vêem à cabeça, mas que já tive oportunidade de rabiscá-las numa outra folha de
papel, em tempos pretéritos.
E isto está ocorrendo
com certa freqüência. É a falta de inspiração. Isto porque, confesso, não é
fácil escrever, principalmente para quem não tem o dom da escrita, como eu.
Mas, teimoso que sou continuo a jogar as palavras nesta folha de papel…
Pois é. Tem dias que a
gente amanhece com o pensamento longe, como diz a canção, e começamos a
relembrar fatos cotidianos, acontecidos conosco, seja na solidão de quatro
paredes, ou em conversas com os amigos. Ah, os amigos…, o que seria de nós, sem
eles?… Nem todos, diriam vocês, e retruco, amigos que não nos compreendem,
mesmo que a mensagem se dê através de um simples gesto, podem ser tudo, menos
amigos. Aliás, sempre disse e repiso, que os gestos falam mais que as palavras.
Esta frase não é minha, mas é a mais pura verdade, creiam.
Agora comecei a
lembrar dos meus amigos e dos fatos cotidianos, nestes tempos passados, que
correm pela nossa vida tal qual um rio corre por debaixo de uma ponte e vejo
como são valiosos. Tão valiosos, que, tirando os nove fora não preenchem,
sequer, os dedos de nossas mãos. E, efetivamente, como já disse com outras
palavras e noutro artigo que nem lembro mais qual foi, amizade sincera é como o
cartão “Ourocard”: não tem preço. Não acredite nisso, você que me lê. E se
quiser tirar a prova dos nove, deixe de pagar o seu cartão de crédito que você
vai ver o preço de sua inadimplência ou, para ser mais claro, ”você vai ver o
que bom prá posse”!
Mas, confesso, eu estava
devendo estas palavras aos meus amigos. Sinceramente. Amizade não tem preço!
Tanto isto é verdade
que existe um ditado popular, que diz, que, se você quiser listar os seus
amigos verdadeiros, os amigos do peito, eles não preenchem os dedos de nossas
mãos. E é verdade. Vejam vocês que até Jesus Cristo não conseguiu, sequer,
superar esta marca, eis que foi traído por dois de seus doze apóstolos, que
eram, além de seus seguidores, seus amigos. Somente sobraram dez. Isto porque
João o negou por três vezes e Judas, bem, Judas o traiu com um beijo na face.
Mas, pergunto eu: será que, realmente, sobraram dez? Creio que não, posto que,
especula-se que um deles, na verdade, era uma mulher, Madalena. O fato é que
nunca teremos uma resposta. Mas, este artigo, o escrevo em homenagem aos meus
poucos amigos. E talvez seja por isto mesmo que eles sejam tão valiosos.
Já pensou se você
tivesse amigos que superassem os dedos da mão? Você seria uma pessoa abençoada.
É que, realmente, amigos verdadeiros são muitos valiosos. Mais valiosos que o mais puro diamante
extraído das entranhas da terra. Tão valiosos que não podem, sequer, ser
comparados ao mais valioso dos diamantes. Diamantes valiosos existem às
dezenas. Amigos, não. Amigos não cabem nos dedos das mãos. Eu tenho alguns
amigos e por isto posso dizer que sou uma pessoa abençoada, um homem feliz. E
rico.
Não gostaria de
declinar nomes, porque corro o risco de ofender alguém, que se considera meu
amigo e que não o tenho nesta conta, posto que, como já disse, amizade sincera
não tem preço. É como costumo dizer: você não gosta “por isto” ou “por aquilo”,
por algum motivo. Você simplesmente gosta. E gosta de graça! Eu gosto dos meus
amigos e os meus amigos são valiosos para mim, e acredito que também gostam de
mim e isto é muito valioso. Vale mais que tudo na vida! Afinal, amizade não tem
preço.
E se você, que me lê,
conseguir contar mais amigos que os dedos da suas mãos, saiba que você é uma
pessoa afortunada.
Um abraço a todos.
*DR. PAULO ROBERTO DE
LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito do Recife, ex Procurador Federal (aposentado) e
advogado.
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