Esta semana que passou
não se falou noutra coisa se não na lua vermelha, super lua, lua de sangue e
nem sei mais o quê. Refiro-me ao fenômeno do eclipse lunar que ocorreu na noite
do domingo, quando a lua, estando em seu ponto mais próximo da terra é
encoberta gradativamente num alinhamento entre o nosso planeta azul e o sol e,
aos poucos, volta a aparecer como uma enorme bola alaranjada. As expectativas
em torno deste fenômeno que ocorre raramente - outro igual a este, dizem os
astrônomos, só ocorrerá em 2033 – foram tantas que alguns se sentiram traídos
pela lua, já que esperavam um espetáculo belíssimo por parte de nosso satélite,
que tanto tem inspirado os poetas ao longo dos anos, o que não ocorreu. Eu, de
minha parte, vou logo avisando que não perdi um só minuto de sono para ficar
observando a lua. De jeito nenhum, pois quando a lua foi encoberta e, logo em
seguida começou a reaparecer, por volta das 23:45 horas já estava nos braços de
Nix, a deusa da noite, no terceiro sono. E, se eventualmente, ainda estiver
entre os mortais, no ano de 2033, o que não acho provável, não perderei um só
minuto do meu precioso sono para observar este fenômeno. Portanto, neste
aspecto a lua nunca vai me trair.
E por falar em
traição, se não me engano, o título que inspirou estas mal traçadas linhas é o
mesmo de uma composição cantada pela “Banda Calypso” e tem tudo a ver com
traição. Aliás, nesses últimos dias o que mais se comentou foi o chifre que o
“Chimbinha” colocou em Joelma. E não é que deu certo? Refiro-me ao “disse me
disse” que este fenômeno gerou, pois as músicas de gosto duvidoso daquela
banda, que já estava meio esquecida pelo público, voltaram às paradas de
sucesso, vejam vocês! Dizem até que foi uma jogada de marketing. E não duvidem
disso, pois os marqueteiros, nestes tempos modernos, dizem, conseguem fazer
verdadeiros milagres! Taí a eleição de DILMA ROUSSEF, que não me deixa mentir!
Cala-se boca…
Essa coisa de chifre é
engraçada, ou melhor, só tem graça quando é colocado na cabeça dos outros, pois
na nossa, dizem que dói que só a gota serena! Mas o fato é que ao longo dos
anos, tanto os chifres quanto à lua serviram de inspiração e deram origem a belas
canções. Agora me lembrei de duas delas: “Matriz e Filial”, de Lupicínio
Rodrigues, e “Ninguém é de Ninguém”, cantada na extraordinária voz de Cauby
Peixoto. Coincidentemente estas duas lindas canções fizeram parte de um disco produzido
por mim e pelo cantor pernambucano Augusto César, há tempos atrás, e tem a
minha participação (eu também sou enxerido que só a gota serena) em algumas
faixas, fazendo introduções no sax-tenor. Atualmente ando meio destreinado, mas
estou prometendo a mim mesmo que vou voltar a tocar este belo instrumento
musical ainda este ano…
Voltando aos chifres,
ou melhor, ao tema, eu não sei como é que o “Chimbinha”, com aquela cara de lua
cheia teve coragem de trair Joelma! O fato é que eu pensei que, quem tinha
levado chifres era ele, mas, consultando Maria, que trabalha aqui em casa
(Maria é minha consultora informal para esses assuntos) e nas horas vagas é
especialista nesse gênero musical (refiro-me à chamada música brega) ela me
garantiu que “Chimbinha” é virado no “cavalo de Horácio” * e traiu a coitadinha
da Joelma até com a babá dos filhos do casal, vejam vocês! Há alguns anos atrás
a “Banda Calypso”, quando ainda não era famosa, fez uma apresentação, num
domingo, no “Parque das Águas”, em Taquaritinga do Norte. Estava passando o dia
no Hotel Fazenda, que fica em frente ao referido balneário, mas não tive
nenhuma vontade de assistir ao referido show e, muito embora tenha sido
convidado, assim que o show começou voltei ao hotel. O fato é que, com ou sem a
minha presença, foi um sucesso absoluto! *(Para
quem não sabe, Horácio era um senhor que tinha uma pequena propriedade rural,
lá prás bandas do “Riacho Doce”, em Taquaritinga do Norte e possuía um cavalo
“pai d égua”, famoso por sua atividade sexual e não se furtava a namorar, de
jumentas a éguas, traçando todas!) Mas esta é uma outra estória…
O fato é que a lua me
traiu! É que, embora por alguns instantes, vestiu-se de vermelho, a cor da
facção política adversária em nossa terrinha, Vertentes. O meu consolo, porém,
é que, enquanto esta atitude pérfida por parte de nossa lua somente se repetirá
em 2033, a nossa terra é sempre azul, e assim será por todos os dias de nossa
breve existência!
Abraços a todos.
*DR. PAULO ROBERTO DE
LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito do Recife, ex Procurador Federal (aposentado) e
advogado.
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