Hoje Vou escrever sobre um homem simples –JOSÉ MARIA MUJICA – que o
povo Uruguaio teve a sorte de eleger para comandar os destinos deste nosso
pequeno vizinho. Para quem não sabe, o Uruguai era uma de nossas províncias – a
província cisplatina - fazia parte do nosso território, no Brasil Imperial, e
alcançou a sua independência em 1828, constituindo-se na atual República
Oriental do Uruguai. Mas deixemos a história de lado e vamos ao que interessa.
Sempre costumo dizer e até já escrevi esta frase em artigos, ou seja,
a grandeza de um homem se mede pela sua
humildade. E é justamente na simplicidade desse homem que reside a sua
grandeza.
O povo uruguaio teve a sorte de escolher para governar os seus
destinos, este homem, que, muito embora governe uma nação, não perdeu a sua
simplicidade e generosidade. Continua a morar no seu pequeno sítio – ele é
agricultor - nos arredores de Montevidéu, abdicando da luxuosa residência da
Presidência da República, localizada no Prado, um bairro nobre da região norte
da capital uruguaia.
Dirige ele mesmo o seu fusca ano 1987 e doa quase a totalidade do seu
salário de presidente, quantia que equivale a cerca de R$ 24.000,00 (vinte e
quatro mil reais), para instituições de caridade. Vive com pouco mais de R$ 2.500,00 (dois mil
e quinhentos) reais por mês.
Mas a sua simplicidade, ou melhor, a grandeza desse homem público não
para por aí. Com seus 78 anos de idade ele mesmo faz pequenos consertos no seu
sítio e quando precisa da ajuda de outros trabalhadores, na hora da refeição
senta com eles à mesa.
E isto não o diminui em nada. Ao contrário, somente o engrandece. E é
como Janine – esta mulher de uma inteligência e bondade extraordinárias – com a
qual tive a sorte de conviver sob o mesmo teto durante estes mais de vinte anos
costuma dizer: “ninguém precisa ser ou
se achar melhor do que ninguém para mostrar que é capaz de governar uma cidade,
um estado ou um país. Agente só precisa mostrar que é igual ao nosso semelhante.”
Só.
Que a vida deste homem grandioso sirva de exemplo e de lição,
principalmente para alguns “chefetes
políticos”, nossos conhecidos, que pensam que ser prefeito é ser dono dos
destinos de uma cidade e dos seus cidadãos e, no mais das vezes, para não
largar o osso chegam ao extremo de colocar “laranjas” no cargo de prefeito.
Mas o povo não é cego, nem besta. E, como diz o ditado popular, “mais dia menos dia a casa cai.” A hora
deles vai chegar!
Um abraço a todos.
*PAULO ROBERTO DE LIMA é
graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito do Recife e atualmente exerce o cargo de Procurador
Federal.
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