*Dr.
Paulo Lima
“Corajosa a
nossa Marina. Refiro-me à, frágil na aparência, mas grande nas suas atitudes, à
grande guerreira MARINA SILVA. Não
hesitou um único instante em deixar o PV, partido pelo qual disputou as
eleições presidenciais de 2010 e obteve vinte milhões de votos dos brasileiros
que queriam mudar a cara do Brasil.
Confesso que
ao ler notícias nos jornais sobre esta corajosa guerreira sinto orgulho de ter
depositado nela a minha confiança e o meu voto nas eleições. E nela votaria de
novo, sem nenhum pejo.
É que a
mesma, com a sua atitude, procura denunciar ao País uma estrutura partidária
carcomida por cupins – para não usar
termo mais adequado - que somente servem para atender os interesses
pessoais dos seus donos. Partido político no Brasil tem dono. Todos sabem
disso. E o pior é que a tão decantada reforma política não sai do lugar,
parecendo mais um burro xucro empacado na beira de um riacho, o que nos leva à
convicção de que os nossos políticos não têm o mínimo interesse em mudanças nas
regras vigentes do jogo eleitoral. E enquanto isso, nós, eleitores, continuamos
a ser meras peças descartáveis nesse obsceno jogo. Mas, a cada dia que passa as
mudanças estão surgindo e o povo – peça
importante mas descartável nesse jogo – está abrindo os olhos!”
Antes Que vocês, minha meia
dúzia de fiéis amigos e pacientes leitores pensem que eu mudei de opinião sobre
MARINA SILVA confesso que sim. Na verdade, os trechos acima grifados fazem
parte de um artigo escrito por mim no dia 10 de julho do pretérito ano de 2011,
a exatos três anos e dois meses, vejam vocês!
E de lá para cá muita coisa
mudou, a ponto de não mais depositar em MARINA SILVA aquela admiração. Eu
acredito que a mudança é inerente à própria condição humana e só as pedras não
mudam. Mas, voltando à questão, quem mudou afinal? Marina mudou. Não é mais
aquela Marina Morena que homenageei num simples e despretensioso artigo,
escrito há três anos passados e este fato também me fez mudar de opinião. Aquela
Marina guerreira, que tinha atitudes firmes e corajosas, defendendo às causas
do meio ambiente, das populações indígenas, dos pequenos produtores rurais,
dentre outras bandeiras não menos relevantes não mais existe. Em seu lugar ficou a Marina amiga da filha de
banqueiro, sustentada financeiramente por significativas doações em dinheiro
cuja origem não pode revelar; que, à noite defende em seu programa de governo a
causa LGBT e no dia seguinte renega a bandeira defendida na noite anterior, como
quem se despe da roupa de dormir, com medo de perder algumas centenas de votos
originários de fundamentalistas religiosos, capitaneados pelo famigerado Pastor
SILAS MALAFAIA, cedendo às suas ameaças; que quer dar autonomia ao Banco
Central do Brasil para satisfazer interesses dos grandes banqueiros, liberando
o mercado financeiro e soltando às rédeas da economia, com a liberação dos
preços e tarifas dos serviços essenciais, num livre mercado que certamente não
traria nenhum benefício para as classes menos favorecidas.
Marina mudou e não tem mais
aquele olhar, meigo, porém firme e corajoso, que inspirava confiança e que me
fez admirá-la e dar a ela o meu voto, tal como ocorreu nas eleições passadas.
Hoje eu não mais confio em Marina e é por este motivo que mudei de opinião e,
no frigir dos ovos, creio com firmeza, que, entre ela e eu, ela é que
mudou. Afinal, parafraseando Dorival
Caymmi, naquela linda canção: “Marina morena Marina você se pintou”...
Um abraço a todos.
*PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade
Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife e atualmente
exerce o cargo de Procurador Federal.
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