#LUTO: Morre aos 99 anos Zé Pires

RECIFE: A família Pires, uma das mais tradicionais de Taquaritinga do Norte, perdeu seu patriarca nesta sexta-feira (13) às 09h40 no Hospital da Restauração, ocasião onde faleceu a 2 meses de completar um século o senhor José Pires, homem simples e trabalhador, que criou sua família composta por 10 filhos na serra do Cumbe na Dália da Serra.

Nascido em 14 de abril de 1915, de origem humilde Pires sempre foi um homem simples e trabalhador e além de ser agricultor, trabalhou por muitos anos como tratorista na empresa do benfeitor Severino Pereira, sendo um dos responsáveis pela terraplenagem do terreno onde hoje encontra-se o Hospital Geral Severino Pereira da Silva. 

Apesar de ser de Taquaritinga, residia há quinze anos em Recife, onde veio a falecer e será sepultado as duas da tarde no cemitério de Santo Amaro, na capital pernambucana. De aguçado bom humor, Zé Pires também era um exímio tocador de 8 baixos e torcedor do Náutico, paixão que transmitiu para quase totalidade de sua família. Familiares expressaram sua tristeza nas redes sociais revivendo passagens inesquecíveis que tiveram com o patriarca, destacando aspectos de ordem familiar que tornarão Zé Pires imortal em seus corações. Confira algumas delas:

Márcio Pires (Filho): “O chapéu e seu inseparável rádio. Como é difícil vê-los sem o Senhor meu pai. O senhor agora passa a ser lembranças em nossos corações e saudade em nossas almas. O senhor estará sempre presente na memória de cada um. Juntinho com a rosa vermelha olhai por nós.

MÁRIO HENRIQUE (NETO): "Faço jus as palavras do meu irmão, "Hoje pode até ser o começo do carnaval, mas o forró vai comer no céu!!" E com certeza, o céu está em festa! Foram 99 anos de muita luta e saúde, descanse em paz, meu avô! Peço hoje a última benção e sei que serei eternamente abençoado por você! Fica aqui um texto escrito por meu irmão, Marcos Vieira onde descreve todo o nosso sentimento por ele... A minha família, toda força!

"Fica a lembrança da subida da serra do Cumbe, que ao chegar perto da entrada do sítio, as vezes já dava pra escutar o som dos 8 baixos. Me lembro sentado junto aos meus primos escutando ele tocar. A música sempre presente em nossa família. Lembro de quando preparava o cigarro, o cheiro forte do fumo de rolo, lembro dele se barbeando a frente de um pequeno espelho. Lembro de quando a gente descia mata adentro, cada um querendo segurar a sua faca e ser igual ao nosso vô. Histórias tristes hoje ficam no passado. Hoje apenas um descanso. 99 anos de luta e conquistas. Um centenário tão esperado por nós, tantos sonhos e tantos planos se esbarram nesse início de saudade. A maior festa quando anunciavam: "Vovô Careca está chegando em Ouro Preto". Tive a sorte de me sentar ao seu lado várias vezes e escutar tantas histórias, tristes e felizes e histórias que o horário não permitem ser contadas. Cabra Macho! Seu Zé Pires de Lacerda Seu Criado Pé de Porco Mocotó! Torcedor apaixonado e revoltado do Náutico! Todos hoje dariam tudo para ter a oportunidade de pedir a sua benção! Fica com Deus vô! Hoje pode ser até começo de Carnaval, mas o forró vai comer no céu...."