Não pensem que tenho
pretensões de ser escritor e muito menos ser poeta, apesar do título um tanto
“afrescalhado”, com perdão do termo machista e até certo ponto, chulo. É que,
dia desses, passando em frente a uma livraria no Shopping Tacaruna, vi exposto
na vitrine um livro de poesias de uma autora pernambucana, cujo “sugestivo”
título tomei por empréstimo para traçar estas linhas. Não é que eu tenha
gostado, pois o livro pode até ser bom e disso nunca vou ter certeza, pois não
o lerei, mas, aqui prá nós, é um tanto pretensioso e chega a ser brega, já que,
convenhamos, toda paixão é um delírio e, portanto, soa até redundante tal
frase.
Mas, continuando,
semana que passou a professora (prefiro tratá-la deste modo) MARGARIDA
CANTARELLI foi empossada na cadeira de Presidente da Academia Pernambucana de
Letras e, merecidamente, pois é uma das figuras mais extraordinárias que
conheço. É a ternura em forma de pessoa, um espírito elevado e, por estas e
outras, merece todas as homenagens! A
noite de posse foi muito concorrida e, segundo uma pessoa bem próxima, que
compareceu ao evento, a nata da Casa Grande, a elite de Pernambuco, inclusive
política, se fez presente ao evento. Era um verdadeiro desfile de vaidade, moda
e de “caras e bocas”! As mulheres, que, na quase totalidade, desfilavam pelo
recinto com os narizes um tanto arrebitados e as faces plastificadas e rijas,
graças aos efeitos “miraculosos” da toxina botulínica, vez por outra davam um
tropeço. Talvez por conta do piso de entrada um tanto irregular e,
possivelmente, por causa dos sapatos de salto agulha, com meio palmo de altura,
mas principalmente, porque não abaixavam a cabeça em nenhum momento, sequer
para dar um passo! Os homens, empresários, juristas, desembargadores e juízes,
políticos aos cachos e colunistas sociais, também se faziam presentes, mas
estes, os senhores, diferentemente das madames, não expunham suas vaidades.
Guardavam-nas para si mesmos… E lá estava ela, entre eles, a “famosa” escritora
do livro de poemas que encabeça estes escritos, se sentindo a própria!
Sinceramente, e me
perdoem os que pensam diferente, não sei por que “cargas d´água” uma pessoa que
escreve um simples livreto de poesias se mete a dizer que é escritora. É uma
enxerida, isso sim! E digo isto com conhecimento de causa, pois eu mesmo não
gostaria nunca que alguém me chamasse de escritor, somente porque toda semana
escrevo e publico um artigo que vocês, que fazem parte desta meia dúzia de
fieis e pacientes leitores têm a bondade de ler. Ora, minha gente, sou no
máximo um enxerido! E afirmo com convicção, que, mesmo que chegue a compilar em
um ou dois livros parte desses escritos, nunca permitirei que me chamem de
escritor. Sou e serei, repito, um enxerido, metido a rascunhar textos
semanalmente!
Digo isto, pois
considero a escrita um dom de Deus e poucas são as pessoas aquinhoadas com esse
dom! O fato, - e agora vejo com mais nitidez, graças ao passar dos anos – é
que, a simplicidade é uma das mais importantes qualidades da pessoa humana e
esta qualidade a professora MARGARIDA CANTARELLI tem de sobra! A esta grande
criatura, meus respeitos e as minhas homenagens.
Em tempo: Como nunca
vou ser um escritor e, agora que estou aposentado, vou exercitar um dom que
Deus me deu e voltar a tocar meu instrumento, para, quem sabe, mais adiante
poder até ser chamado de tocador de sax?! Já é um bom começo…
Abraços a todos.
*DR. PAULO ROBERTO DE
LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito do Recife, ex Procurador Federal (aposentado) e
advogado.
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