NATAL: Passadas mais de doze horas do início da rebelião na Penitenciária
Estadual de Alcaçuz e no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, na região
metropolitana de Natal, a rebelião chegou ao fim na manhã deste domingo (15) e
ainda não há atualização em relação ao número de mortos, feridos ou foragidos.
Pelo
menos um pavilhão, que abrigava cerca de 250 homens, foi totalmente destruído. De
acordo com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa
Social (Sesed/RN), já foram localizados 10 mortos espalhados pelos pavilhões
rebelados com alguns deles, decaptados. Agentes penitenciários e policiais que
atuam na unidade prisional, afirmaram que o número de mortos é muito maior. O
Governo do Estado, porém, ainda não atualizou os dados.
Para conter a
rebelião, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegaram à unidade
prisional no início deste domingo. A entrada deles nos pavilhões teve início
por volta das 7 horas.
O helicóptero da Sesed pousou no pátio externo da casa
carcerária e reforçou as ações de contenção dos rebelados. Cerca de 40 homens
da Força Nacional reforçavam a guarda externa da penitenciária para evitar
fugas.
A rebelião é fruto de uma disputa entre o Primeiro Comando da Capital
(PCC) e o Sindicato do Crime RN, faccção aliada à Família do Norte (FDN) e ao
Comando Vermelho (CV).
A GUERRA ENTRE FACÇÕES - Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do RN -
motivou a rebelião. Presos do Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, considerado de
segurança máxima, escaparam das celas e pularam o muro.
Depois eles cercaram o
Pavilhão 3 e forçaram os presos que não pertencem a nenhuma das facções
rebeladas a ajudá-los na invasão de outro Pavilhão. Em seguida, eles cercaram o
Pavilhão 4 e renderam os presos, que integram o Sindicato do RN.
A partir daí,
foi iniciado o confronto. Além das mortes, filmadas e distribuídas em grupos de
Whatsapp pelos próprios detentos, eles destruíram a estrutura física das celas.
Além disso, atearam fogo em colchões e atiraram pedras contra agentes
penitenciários e policiais militares que estão nas guaritas.
FAMILIARES: Do lado de fora, familiares aflitos aguardam notícias e
clamam pela entrada da Polícia Militar nos pavilhões para a retomada do
controle da maior unidade prisional do Rio Grande do Norte.
A Penitenciaria
Estadual de Alcaçuz tem capacidade para 620 homens, mas abriga cerca de 1.150.
Construída numa região de dunas, cujo acesso é feito por estrada de barro, é
cenário constante de rebeliões e mortes de presos.
"Eu fui uma das últimas
a sair da visita ontem (sábado). Era dia de visita nos pavilhões 1 e 4. Estava
tudo tranquilo. Foi a gente sair, que começou isso. Não tenho notícia do meu
marido. Ninguém passa informação e ninguém dos Direitos Humanos veio nos
ajudar", relatou Natalia Melo, de 30 anos, mulher de um dos presos do
Pavilhão 4. Antônio Neto, de 30 anos, cumpre pena por tráfico de drogas e
homicídio.
Apesar das trocas de mensagens e telefonemas com os presos, Natália
Melo não sabe se o marido está vivo. A aflição das mulheres é ainda maior pois
os homens do BPChoque e Bope entraram na unidade para retomar o controle da
rebelião.
Elas temiam que mais mortes ocorressem. "Estou desesperada. Meu
filho está machucado. Levou uma pedrada na cabeça, mas conseguiu fugir do
pavilhão onde começou a rebelião. Tenho medo dele morrer. Ele fez 20 anos de
idade há poucos dias, dentro dessa penitenciária", lamentou Cristiane da
Silva, mãe de Josimar da Silva Firmino, preso por tráfico de drogas. (FONTE:
Com informações de Ricardo Araújo - Especial para O Estado de S. Paulo)
Misericórdia
ResponderExcluirAté quando esse governo vai tentar esconder o massacre de 117 presos
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