ARTIGO: Retrospectiva das Eleições de 1982

*Por Marcos Pontes

A cada semana, vamos viajar na história das eleições em nosso município. A primeira eleição que lembraremos é a de 1982. Neste ano, também houve eleições para governador, senador e deputados. Roberto Magalhães do PDS (hoje DEM) foi eleito governador, derrotando Marcos Freire, do PMDB, que naquele tempo, fazia oposição à ditadura.

Aqui em Taquaritinga, o PDS tinha dois candidatos. Jarbas Pinto, que acabou eleito para um mandato de seis anos, do PDS 1 e Antônio Andrade, do PDS 2, além de João de Ana, do PMDB. Não estranhe, pois naquela época o mesmo partido podia lançar dois candidatos. Foi uma campanha sem acirramento, afinal pouca gente tinha coragem de ser contra o candidato de “seu” Pereira, benemérito da cidade e um dos homens mais ricos do Brasil.

Acho que começou ali a saga da “casa de Béia”, onde hoje funciona a Secretaria de Turismo, no centro da cidade: o detalhe é que ela serviu de comitê para a campanha de Jarbas Pinto e Dr. Paulo Inaldo, que venceram a eleição com uma grande margem e, desde que foi feita, o seu proprietário nunca perdeu uma eleição para prefeito em Taquaritinga, pois quando a oposição ganhou em 2000, a mesma havia sido comprada um ano antes por Béia, deixando de ser propriedade da “Companhia”, como era chamada a empresa de “Seu Pereira”. Compra esta que foi uma verdadeira surpresa, pois foi realizada por um simples sulanqueiro que começava a ser um dos maiores empresários de nosso município e era um dos mais ferrenhos opositores do prefeito. Calma, em breve chegaremos à eleição de 2000!!!!!!

Para encerrar os fatos desta eleição de 1982, não poderia deixar de lembrar que foi nesse ano em que o computador nos foi apresentado. Só que o “computador”, inventado por uma figura folclórica de nossa cidade, não era nada disso que vocês estão pensando ou acostumados hoje em dia. Tratava-se de uma caixa de papelão com uma lâmpada dentro, coberta com papel celofane, e que funcionava da seguinte forma: ele pegava o título de eleitor, introduzia dentro da “máquina” e ali ficava registrado se a pessoa iria votar ou não em seus candidatos. Prá quem acha que isso não deu resultado, o candidato dele, um ex-prefeito de uma cidade próxima à nossa, teve mais de 200 votos. Não sei se Bill Gates teria ideia melhor. Estarei de volta na próxima semana, sempre às terças feiras com a primeira eleição após a morte de “seu” Pereira em 1988. Um abraço.

*Marcos Pontes é Universitário e Funcionário Público.

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