ESTADOS UNIDOS:
As consequências da droga não se resumem só ao que diz a chamada desta matéria.
Ao mesmo tempo que fazia tudo o que foi dito, o usuário ainda afirmou ser o
deus Thor. Ele é um dos muitos usuários da flakka, droga sintética que anda
dando bastante trabalho para as autoridades da Flórida, nos Estados Unidos.
Flakka é, na verdade, o nome popular dado para a catinona
alpha-PVP. Segundo Don Maines, conselheiro do tratamento de drogas no
Escritório do Xerife Broward em Fort Lauderdale, na Flórida, a droga mexe com a
química do cérebro dos usuários, fazendo com que eles não tenham controle de
seus pensamentos ou ações. “Todos parecem achar que há algo ou alguém os
seguindo. É uma droga muito perigosa”, afirma.
Não é de hoje que as autoridades estão de olho na flakka. Em
2014, o DEA, órgão do Departamento de Justiça do Estados Unidos responsável
pela repressão às drogas, já havia proibido a substância. Ainda assim, por ser
barata e acessível e, segundo relatos da Associated Press, a droga continua
circulando tranquilamente pelo país, principalmente no estado da Flórida.
A flakka divide opiniões. Como os casos que chegam ao
público ainda são escassos, não há informações o suficiente sobre os efeitos da
droga — além dos relatos, no mínimo, embaraçosos como o contado acima — para
tirar conclusões. O que há é espaço para especulações tomando outras drogas
sintéticas como ponto de partida. A maconha sintética, por exemplo, tem efeitos
como náusea, vômitos, alteração nos batimentos cardíacos e danos cerebrais.
“Essas drogas sintéticas são como todos os estimulantes. Doses muito altas por
períodos prolongados certamente causarão problemas”, diz Morris.
Outro argumento utilizado é o de que a durabilidade de
muitas drogas no mercado é curta. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de
Pesquisa sobre Vício de Amsterdã, na Holanda, mostra que 98% das drogas saem de
circulação antes mesmo de serem introduzidas ao público. “O mercado se
autorregula. Essas drogas ficam mal faladas e não muito depois a demanda por
elas acaba”, diz Peter Reuter, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
A dificuldade das autoridades é saber como lidar com essas
drogas que, mesmo entrando e saindo rapidamente do mercado, podem ter
consequências séries na saúde dos usuários e na segurança pública dos locais
por onde circulam. A maior contradição até o momento é se a proibição tem algum
efeito — neste sentido, o caso da flakka já pode servir para algumas
conclusões. (FONTE: Revista Galileu)
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