Nestes tempos
em que o mosquito aedes aegypti está aterrorizando a nossa população,
transmitindo, até o momento - posto que a gente nem pode imaginar o que ainda pode
vir a ocorrer - três vírus, dentre os quais o temível vírus
zica, associado ao aumento considerável da microcefalia em bebês, o que mais se
vê são as farmácias lotadas e o povo lendo bula de remédios até no banheiro,
tentando ao menos amenizar os sintomas dessas doenças. É certo, que, há tempos
não muito distantes, ler uma bula de um medicamento qualquer era uma tarefa
impossível para uma pessoa leiga, dada a dificuldade nela contida, a começar
pelas letras minúsculas, aliadas a um extenso texto que mais se assemelhava a
um parecer desses juristas, contratados a peso de ouro para defender algum
político enrolado numa maracutaia qualquer, coisa que está se tornando rotina
em nosso País.
Mas nem sei por que comecei a falar nessa estória de mosquitos e de
doenças (deve ser porque sou meio hipocondríaco,
reconheço) já que o assunto aqui é outro, apesar do sugestivo título posto
nestas mal traçadas linhas. Na verdade, diante do autêntico vendaval que tomou
conta do cenário político de nosso País, nestas últimas semanas, com prisões de
empresários, banqueiros, deputados e até um Senador da República no exercício
do seu mandato parlamentar, com alguns "renomados" personagens
políticos querendo a todo o custo o impeachment da Presidente do Brasil, fato
que tem refletido de forma extremamente negativa no bolso de nós outros, pobres
coitados cidadãos pagadores de impostos, estava pensando numa fórmula milagrosa
-
vejam vocês - para se evitar essa outra praga, que tem
proliferado tal qual erva daninha nesse roçado chamado política. Refiro-me ao
político ladrão!
Certamente, algum de vocês, que me lê neste momento está perguntando
aos seus botões, se existe tal fórmula e, respondo, talvez sim: a informação. É
que não é minimamente aceitável, que, eleição após eleição, quando já
transcorridos trinta longos anos do final da ditadura em nosso País,
inaugurando-se uma nova abertura para a democracia, o eleitor continue votando
em políticos ratazanas! Sei que um dos males que corrompem nossas instituições
políticas é a compra de votos, mas, certamente a raiz de todo o mal está na
informação, ou na falta dela. Daí, penso
que as redes sociais têm prestado um relevante serviço para que ocorra o
esclarecimento da população, sobre quem de fato tem condições de honrar um
mandato que lhe é conferido, ou quem apenas está querendo se dar bem, às custas
do dinheiro do povo, já que nem mesmo a chamada lei da ficha limpa conseguiu
limpar esse lixo (refiro-me aos políticos
cabras safados) do seio do processo eleitoral.
Mas creio, que, com a internet já temos meio caminho andado e agora só
falta mesmo à aprovação de uma lei, que, tal qual bula de um remédio, faça
constar, obrigatoriamente, através de informações acessíveis ao eleitor, se
aquele político pretendente a um mandato eletivo responde, ou não, a processos
de corrupção e assemelhados, deixando ao eleitor a opção de provar, ou não, do
remédio posto à sua disposição, com as respectivas contra indicações. Seria um
avanço e tanto.
*DR. PAULO ROBERTO DE LIMA é
graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito do Recife, ex-Procurador Federal, e atualmente exerce a advocacia.
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