*Dr. Paulo Lima
Confesso a vocês, minha meia dúzia de fieis e
pacientes leitores, que estou com uma sensação de alívio. Em verdade o domingo
custou a passar já que temia que o ódio e o preconceito vencessem a esperança,
e somente aliviei a minha alma quando vi e ouvi os primeiros resultados das
urnas sendo divulgados pelos meios de comunicação. Sei que algumas pessoas,
minha conhecidas, ficam sem entender a minha opção política. Afinal, diriam que
faço parte da elite brasileira, dada a minha condição social e econômica e, em
sendo assim, soaria contraditório este meu discurso. Mas não é verdade, já que
não desejo fazer parte dessa elite. Quero estar ao lado das pessoas, que, tal
qual a Presidente do meu País pensa numa sociedade inclusiva, onde as políticas
sociais sejam voltadas para o atendimento das classes menos favorecidas,
através dos programas sociais que tantos benefícios trouxeram para o nosso povo
nestes últimos doze anos.
Sempre costumo salientar que o Partido dos
Trabalhadores, através de alguns dos seus expoentes, cometeu atos pouco
republicanos em parte de sua história, que findaram por manchar a biografia do
partido e, por isto mesmo, não gosto quando me chamam de petista, pois não sou
petista. Não que queria ser melhor do que ninguém, pois como ser humano tenho
os meus pecados, mas, lembrando o que está escrito na Bíblia digo, que, quem
não os tiver que atire a primeira pedra. Entretanto, verdade seja dita, nestes
últimos doze anos o Brasil mudou e mudou para melhor, graças às políticas
inclusivas, levadas adiante pelo ex-residente Lula e pela Presidente Dilma
Rousseff.
O que causa espécie, no entanto, e que me
fez escrever estas mal traçadas linhas, é o fato de ter lido e visto durante
esta campanha eleitoral tantas sandices -
me desculpem o termo - escritas e postadas nas redes sociais, especialmente
no facebook, por pessoas, minha conhecidas (eu espero que não venham me cobrar
satisfações por esta afirmação), como se fizessem parte dessa elite
preconceituosa e insensível, que queriam por que queriam a vitória do candidato
do PSDB, para trazer de volta a plenitude dos seus privilégios, auferidos
durante o governo de FHC. Ora, minha gente, faça-me o favor!
Como é que uma pessoa que mal ganha um
salário mínimo mensal pode pensar que é ou se considerar elite? Quem de vocês, que me lêem neste momento,
conhece ou convive com pessoas que possuem jatinho, carros de luxo, iates e
tantos outros “mimos” somente alcançáveis pela elite? Quem de vocês conhece, aqui na nossa região,
pessoas que têm vultosas aplicações na bolsa de valores e que se preocupam com a
queda de ações? Estes questionamentos são feitos justamente para que cheguemos
à conclusão, de que, não é por que uma pessoa tem um cargo de confiança, com
alguns privilégios, vindo a auferir ganhos deles decorrentes, dentro de uma
prefeitura, por exemplo, que pode se enquadrar no conceito de elite. Elite é
outra coisa, minha gente e dela não quero em absoluto fazer parte!
Por isto mesmo não acho justo e muito menos
razoável esse ódio todo, manifestado através de um inconformismo e de um
preconceito burro e insensível vindo de pessoas, que, em absoluto podem ser
enquadradas no conceito de elite. Caiam na real e vejam que os avanços sociais
conquistados nos últimos doze anos somente benefícios trouxeram para os nossos
irmãos, nordestinos e brasileiros menos favorecidos pela sorte e precisam
continuar; e antes que alguém pense em me questionar sobre tantos escândalos e
desvios de verbas que sabemos que existem dentro da Administração Pública, de
um modo geral, sem querer justificar tais atos lembro que os mesmos não são
privilégios unicamente do Partido dos trabalhadores, mas decorrem de um sistema
político-eleitoral falho e que precisa ser mudado urgentemente, lembrando que a
Justiça está aí justamente para cumprir a sua missão, que é processar e punir
todo aquele que comete tais crimes, seja de que coloração for e
independentemente de pertencer a um partido “A” ou “B”.
Por fim, lembro que ao longo de todo este
processo eleitoral a Presidente Dilma Rousseff mostrou-se uma pessoa séria e
honesta - já que contra a mesma não foi
apresentada nenhuma prova em sentido contrário - e por isto mesmo é que
mereceu o meu voto, a minha confiança e de outros tantos milhões de brasileiros
que querem ver este Brasil melhor. Portanto, já que é assim, fazendo uso de um
ditado muito comum, aí na nossa terrinha, repito: “deixem trabalhar”!
Um
abraço a todos.
*PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela
Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife,
advogado e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal.
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