quarta-feira, 29 de outubro de 2014

QUE BOM QUE ELA VENCEU!

*Dr. Paulo Lima
          
Confesso a vocês, minha meia dúzia de fieis e pacientes leitores, que estou com uma sensação de alívio. Em verdade o domingo custou a passar já que temia que o ódio e o preconceito vencessem a esperança, e somente aliviei a minha alma quando vi e ouvi os primeiros resultados das urnas sendo divulgados pelos meios de comunicação. Sei que algumas pessoas, minha conhecidas, ficam sem entender a minha opção política. Afinal, diriam que faço parte da elite brasileira, dada a minha condição social e econômica e, em sendo assim, soaria contraditório este meu discurso. Mas não é verdade, já que não desejo fazer parte dessa elite. Quero estar ao lado das pessoas, que, tal qual a Presidente do meu País pensa numa sociedade inclusiva, onde as políticas sociais sejam voltadas para o atendimento das classes menos favorecidas, através dos programas sociais que tantos benefícios trouxeram para o nosso povo nestes últimos doze anos.
Sempre costumo salientar que o Partido dos Trabalhadores, através de alguns dos seus expoentes, cometeu atos pouco republicanos em parte de sua história, que findaram por manchar a biografia do partido e, por isto mesmo, não gosto quando me chamam de petista, pois não sou petista. Não que queria ser melhor do que ninguém, pois como ser humano tenho os meus pecados, mas, lembrando o que está escrito na Bíblia digo, que, quem não os tiver que atire a primeira pedra. Entretanto, verdade seja dita, nestes últimos doze anos o Brasil mudou e mudou para melhor, graças às políticas inclusivas, levadas adiante pelo ex-residente Lula e pela Presidente Dilma Rousseff.
O que causa espécie, no entanto, e que me fez escrever estas mal traçadas linhas, é o fato de ter lido e visto durante esta campanha eleitoral tantas sandices - me desculpem o termo - escritas e postadas nas redes sociais, especialmente no facebook, por pessoas, minha conhecidas (eu espero que não venham me cobrar satisfações por esta afirmação), como se fizessem parte dessa elite preconceituosa e insensível, que queriam por que queriam a vitória do candidato do PSDB, para trazer de volta a plenitude dos seus privilégios, auferidos durante o governo de FHC. Ora, minha gente, faça-me o favor!
Como é que uma pessoa que mal ganha um salário mínimo mensal pode pensar que é ou se considerar elite?  Quem de vocês, que me lêem neste momento, conhece ou convive com pessoas que possuem jatinho, carros de luxo, iates e tantos outros “mimos” somente alcançáveis pela elite?  Quem de vocês conhece, aqui na nossa região, pessoas que têm vultosas aplicações na bolsa de valores e que se preocupam com a queda de ações? Estes questionamentos são feitos justamente para que cheguemos à conclusão, de que, não é por que uma pessoa tem um cargo de confiança, com alguns privilégios, vindo a auferir ganhos deles decorrentes, dentro de uma prefeitura, por exemplo, que pode se enquadrar no conceito de elite. Elite é outra coisa, minha gente e dela não quero em absoluto fazer parte!
Por isto mesmo não acho justo e muito menos razoável esse ódio todo, manifestado através de um inconformismo e de um preconceito burro e insensível vindo de pessoas, que, em absoluto podem ser enquadradas no conceito de elite. Caiam na real e vejam que os avanços sociais conquistados nos últimos doze anos somente benefícios trouxeram para os nossos irmãos, nordestinos e brasileiros menos favorecidos pela sorte e precisam continuar; e antes que alguém pense em me questionar sobre tantos escândalos e desvios de verbas que sabemos que existem dentro da Administração Pública, de um modo geral, sem querer justificar tais atos lembro que os mesmos não são privilégios unicamente do Partido dos trabalhadores, mas decorrem de um sistema político-eleitoral falho e que precisa ser mudado urgentemente, lembrando que a Justiça está aí justamente para cumprir a sua missão, que é processar e punir todo aquele que comete tais crimes, seja de que coloração for e independentemente de pertencer a um partido “A” ou “B”.
Por fim, lembro que ao longo de todo este processo eleitoral a Presidente Dilma Rousseff mostrou-se uma pessoa séria e honesta - já que contra a mesma não foi apresentada nenhuma prova em sentido contrário - e por isto mesmo é que mereceu o meu voto, a minha confiança e de outros tantos milhões de brasileiros que querem ver este Brasil melhor. Portanto, já que é assim, fazendo uso de um ditado muito comum, aí na nossa terrinha, repito: “deixem trabalhar”!
Um abraço a todos.

*PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, advogado e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal.

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