Na próxima quarta-feira (25), irá acontecer audiência no Fórum de
Brejo da Madre de Deus onde serão ouvidos os depoimentos do casal Genival
Rafael da Costa (conhecido como “Pai Véi”) e sua esposa Maria Edileuza e também
do pai de santo Ednaldo Justo dos Santos (“Pai Nal”) e Edilson da Costa Silva, todos
acusados de terem matado em um ritual de magia negra o garoto Flânio da Silva
Macedo, de 9 anos, que saiu de casa no dia 1 de julho de 2012 e foi encontrado
assassinado no dia 10 de julho no sítio Olho D´Água do Púcaro, na zona rural do
Brejo da Madre de Deus.
O crime revoltou a população que destruiu as casas dos assassinos e
também outros centros espíritas e terreiros de candomblé em toda a região sendo
precisa a intervenção da polícia para conter a revolta popular.
RELEMBRE
O BÁRBARO CRIME:
Flânio da Silva Macedo, de 9 anos, foi encontrado morto no sítio Olho
D´Água do Púcaro, na zona rural do município e segundo informações repassadas pela
Polícia Militar em Santa Cruz do Capibaribe, o corpo da vítima foi encontrado
degolado, com pés e mãos amarrados, já em estado de decomposição e sem roupas,
e apresentava sinais de estupro. Desde o primeiro momento se levantou a suspeita
de prática de magia negra, já que no local foram encontradas garrafas de
bebidas, bonecos, objetos de barro, ossos de animais e penas de aves.
De acordo com a família, ele tinha saído de casa, na Travessa Ana
Maria da Conceição, em São Domingos no o dia 1º de julho por volta das 6h, para
pegar frete em uma feira de frutas no município vizinho, Santa Cruz do
Capibaribe e não voltou mais.
Ainda pequeno, o garoto sempre quis ajudar nas despesas de casa e
também, segundo amigos, queria economizar dinheiro para comprar uma bola de
futebol. Foi então que, a contragosto de sua mãe, conseguiu uma carroça de mão
emprestada para carregar fretes e, como Luzinete não queria que ele trabalhasse
dessa forma, o proibiu, de acordo com o depoimento de Laudenira Ribeiro da
Silva, tia da vítima. “Ele vivia da escola para casa e de casa para a escola.
Era um menino trabalhador e só queria ajudar a família”, afirmou.
Os parentes procuraram a polícia e tinham recebido a informação de que
o menino tinha sido visto empurrando à carroça, no Sítio Olho D’Água do Púcaro,
na zona rural de Brejo, onde, depois, o corpo foi localizado.
Nove dias depois do desaparecimento, o corpo de Flânio foi encontrado
nu, com os pés e mãos atados, decapitado e em avançado estado de decomposição,
na entrada do sítio das camarinhas. Ao lado do corpo, havia utensílios que
comprovaram, posteriormente com as investigações, à prática do ritual de magia
negra. Entre eles havia bonecos vodu e um aguidá de barro (usada para aparar o
sangue da criança), além de garrafas de bebida, ramalhetes de flores e ossos de
animais. “Eu estava em casa e uma mulher me procurou dizendo que tinham
encontrado um corpo. Eu fui lá e confirmei que era ele”, contou a tia.
Nos vídeos abaixo, confira matérias feita sobre o caso que teve repercurssão em todo o Brasil:
No dia seguinte a descoberta do corpo (11 de julho), o casal Genival
Rafael da Costa (conhecido como “Pai Véi”), acompanhado de sua esposa Maria
Edileuza confessaram a participação no crime e se entregaram a Polícia causando
uma verdadeira mobilização popular em frente à delegacia de São Domingos. Os
outros envolvidos no crime, o pai de santo Ednaldo Justo dos Santos (“Pai Nal”)
e Edilson da Costa Silva, também foram presos no mesmo dia e ambos confessaram
a polícia que praticaram relação sexual com a criança, antes de a mesma ser
morta. Os quatro foram apresentados em uma coletiva de imprensa realizada na
Delegacia Regional de Caruaru, em 13 de julho.
De acordo com a polícia, a criança foi morta com um grande corte no
pescoço, feito com uma faca peixeira. Após ter seu sangue aparado na aguidá de
barro, foi feito um torniquete no pescoço da vítima com uma flanela e um pedaço
de madeira, que foi apertado com tanta força até que a cabeça se separasse do
restante do corpo. A criança estava de cabeça para baixo quando teve o pescoço
cortado.
Antes de morrer, a criança foi vítima de violência sexual pelos três
homens envolvidos no crime e teria pedido diversas vezes para não morrer, fato
comprovado no ato da reconstituição. O crime abalou o País e provocou uma
grande revolta popular em virtude da crueldade e dos requintes de maldade
utilizados contra o menor Flânio.
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