*Dr. Paulo Lima
Esta
semana os meus escritos não se relacionam a nenhum fato ou notícias alegres.
Infelizmente. Sinceramente gostaria de, somente escrever ou dar notícias boas.
A realidade do dia a dia, no entanto, não raras vezes nos levam por caminho
diverso. E não é prá menos, diante das notícias divulgadas essa semana pelos
Jornais e emissoras de TV´s do mundo inteiro, acerca do bombardeio e derrubada
do avião da Malásia, por terroristas da Ucrânia, que se misturaram aos russos,
na guerra separatista e insensata daquele País. Foram duzentos e noventa e oito
inocentes, abatidos a sangue frio, sem qualquer razão. Mas, diria você, que me
lê neste momento: e a guerra tem alguma razão? Não. E evidente que não,
respondo. A guerra é, ao meu sentir, o mais repugnante ato atribuído ao ser
humano, pois, embora mate em nome de uma aparente causa ou ideologia, no fundo
não passa de ato cruel, insensato e desumano!
Li
que dentre os passageiros desse trágico voo para a morte estavam dezenas de
cientistas que iam para um congresso sobre a AIDS, na Austrália e, dentre eles,
um famoso cientista holandês, que se dedicava havia trinta anos, em estudos
para descobrir uma forma de acabar com esse outro flagelo da humanidade. Quem
sabe se a cura da AIDS não estava em suas mãos? E, quem sabe, ao menos por
enquanto, não morreu com ele?
Algo
tão ou mais absurdo está ocorrendo na guerra travada entre Israel e o Hamas, na
faixa de Gaza, na Palestina. Noticiava-se, até a data em que escrevi este
artigo, no sábado, 19 deste mês, que já haviam morrido duzentos e noventa e
cinco seres humanos, três a menos, daqueles da tragédia do avião, dentre os
quais cinquenta e um palestinos, a maioria mulheres e crianças! Não sei se eram
todos inocentes, mas não importa! A guerra, como todo ato terrorista, ao meu
sentir, não passa de um crime cometido contra a humanidade!
Desta
feita os judeus são os algozes, esquecendo de tempos não muito distantes, onde
foram vítimas de uma guerra cruel, onde se pretendia exterminá-los da face da terra.
Todos nós sabemos o quanto cruel e desumano foi o genocídio cometido pelos
nazistas, na Segunda Guerra Mundial, na qual foram mortos quase cinco milhões
de judeus, a maioria crianças, mulheres, velhos, inocentes, enfim.
Acredito
que, somente pode ter uma ideia de tamanho absurdo quem o vivenciou. Conheci,
numa excursão que fiz, tempos atrás, em alguns Países do Leste Europeu, os
campos de concentração de Auschwitz e Birkenal, na Polônia e confesso que aquelas
imagens nunca mais saíram de minha memória. Fico arrepiado todas as vezes que lembro...
Vi montes de malas de viagens, roupas de crianças, escovas de dentes, sapatos,
dentre outros objetos pessoais e cabelos humanos. Montes e montes de cabelos
humanos! Os nazistas raspavam os cabelos
dos judeus, entes de encaminhá-los às câmaras de gás e aos fornos onde eram
queimados! Dizem que aproveitavam tudo. Até as cinzas dos corpos serviam para a
fabricação de adubos, vejam vocês! E hoje, ao que parece, esquecendo de tudo,
estão matando inocentes!
Não
quero e nem vou discutir as razões, inclusive políticas, nem tampouco estou
defendendo os terroristas do Hamas. Absolutamente! No entanto, acredito que
nada justifica atos desta natureza, os quais, ao meu sentir, não passam de
crimes contra a humanidade! E, no frigir dos ovos, sou forçado a fazer a
seguinte indagação: será que eles algum dia vão aprender a lição?
Um
abraço a todos.
*DR. PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado
em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de
Direito do Recife e atualmente exerce o cargo de Procurador
Federal.
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