O deputado federal
José Augusto Maia (Pros-PE) é alvo de
matéria de capa do jornal Folha de São Paulo desta quarta-feira, em reportagem
na qual ele diz que recebeu e recusou oferta de 'vantagem financeira' para que
seu partido integrasse a coligação do candidato do PSB ao governo do Estado,
Paulo Câmara. Diz Maia ao jornal - reportagem de Ranier Bragon e Mariana
Haubert --que a oferta de propina foi feita pelo presidente nacional do Pros,
Eurípedes Jr., e pelo líder da bancada do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE),
em reunião no saguão do hotel Atlante
Plaza, na praia de Boa Viagem, na manhã de 12 de junho, dia do jogo de abertura
da Copa.
No encontro do hotel,
revela Maia, além dele, estavam presentes Eurípedes e os deputados federais
Givaldo Carimbão (AL), líder do Pros na Câmara, Salvador Zimbaldi (Pros-SP),
Ronaldo Fonseca (Pros-DF), Márcio Junqueira (Pros-RR) e Major Fábio (Pros-PB).
Eurípides e Carimbão mencionaram uma 'proposta irrecusável' que o Pros teria
recebido para apoiar o PSB em Pernambuco. Fonseca e Fábio permaneceram calados
e Junqueira ficou falando no celular.
Segundo ainda a
reportagem do jornal paulista, José Augusto Maia, que defendia o apoio à
candidatura de Armando Monteiro (PTB) ao governo de Pernambuco e acabou
destituído do comando do Pros no Estado, não quis dizer quanto teria sido
oferecido, argumentando que não tem provas, mas disse que pretende informar os
valores à Justiça.
PROPOSTA
INDECOROSA: ''Já disse que foi uma proposta indecorosa, vergonhosa,
impublicável e não republicana. Estou dizendo que foi uma proposta, com outras
palavras, de vantagem financeira. Não estou dizendo as cifras, mas para bom
entendedor o silêncio é o bastante, né? No juízo eu quero, aí eu vou dizer', disse
José Augusto Maia.
Mas a outros deputados
federais, dois deles foram ouvidos sob condição de anonimato pela Folha,
contaram a mesma história, Maia afirmou que a oferta foi de R$ 6 milhões, sendo
que R$ 2,5 milhões seriam reservados a ele, para que o recém-criado Pros
apoiasse Paulo Câmara.
O deputado afirmou ter
ficado indignado com a oferta, diz o jornal mas, de acordo com o próprio
relato, só decidiu torná-la pública 15 dias após o primeiro contato, quando
ficou claro que o Pros não lhe daria condições de concorrer à reeleição. O jornal afirma que todos os citados que
foram ouvidos pela Folha e negaram a oferta. Segundo dois colegas de Maia, os
participantes da conversa não falaram em números por ter medo de grampo e
anotaram os valores da propina numa folha de papel. Após o encontro, Maia foi
destituído da presidência do Pros estadual.
IR A GERALDO JULIO:O
apoio ao PSB foi anunciado no mesmo dia. Maia diz ter rechaçado a proposta, mas
continuou em negociação com o Pros e o PP, pois pretendia se lançar à reeleição
em uma coligação exclusiva entre os dois partidos. Segundo ele, essa hipótese foi descartada em
uma segunda reunião, desta vez na sede do PP de Pernambuco, no dia 16 de junho,
com o líder do PP, Eduardo da Fonte.
No encontro, diz, o
deputado do PP sugeriu que falasse com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio
(PSB), aliado de Eduardo Campos. Segundo Maia, Da Fonte fez proposta de propina
durante a reunião. O apoio do PP e do Pros deve garantir à candidatura de Paulo
Câmara mais de 1 minuto e meio no horário eleitoral na TV. Nacionalmente, as
duas siglas apoiam a reeleição da presidente Dilma Rousseff. CLIQUE AQUI E LEIA A REPORTAGEM COMPLETA. (Por Magno Martins)
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