Todos sabemos que um
país somente pode se orgulhar e se dizer nação, quando a maioria absoluta de
sua população está alfabetizada. Esta e uma verdade absoluta e incontestável. E
o que seríamos de nós sem os professores, pergunto?
Lembro, quando
criança, que tinha sonhos, a maioria deles nem recordo mais. Somente quando
adolescente é que me dei conta que, sendo pobre, não chegaria a lugar algum, se
não estudasse. Foi difícil mas posso dizer que consegui, graças a vocês
professores! No entanto, o tempo, esse implacável fenômeno que nos encaminha
rumo ao ocaso, é inexorável, e dentre outros fenômenos provoca em nós, não
raras vezes, o esquecimento de fatos que ficaram ao longo da estrada. Mas o
fato é que nunca esquecerei de minhas mestras, que me encaminharam nas
primeiras letras e a elas devoto a minha eterna gratidão.
O mais engraçado e
irônico, porém, é que hoje, quando se
sabe o quanto ganha um juiz, um promotor, um engenheiro, um médico e mesmo um
procurador, como é o meu caso, embora não exerça mais o cargo pois graças a
Deus me aposentei, vejo o quanto este nosso País é injusto para com vocês, professores. Recebem infinitamente menos do que merecem!
O pior de tudo é que
sonegam um direito básico, elementar, escrito em lei, descumprida
descaradamente, concernente ao pagamento do piso nacional da categoria, justamente
por aqueles, que, não fosse o esforço dos seus mestres, nem sequer chegariam a
Office-boy ou agente de polícia.
Ora, senhores,
façam-me um favor!
Pagar o piso nacional
salarial para os professores de nossas cidades interioranas e mesmo do Recife, não
é favor – é obrigação legal - e descumprir a lei pode resultar, em tese, no
cometimento do ato de improbidade administrativa! Vejam bem!
E não adianta tentar
tapar o sol com uma peneira, nem buscar desculpas esfarrapadas para sonegar o
pagamento do piso nacional para os professores, pois verba existe! Querem algumas sugestões, senhores gestores?
Cortem o pagamento de
diárias para alguns privilegiados e para si próprios; reduzam pela metade os
cargos comissionados; tirem os fantasmas da folha de pagamento da
municipalidade e com certeza que sobrará dinheiro.
Gestão de primeira
qualidade, senhores, se faz com seriedade e não com desculpas esfarrapadas e o
resto; bem, o resto é conversa fiada e de conversa fiada o povo já está de saco
cheio! E tenho a mais absoluta certeza de que, a continuar este estado de
coisas, o povo logo, logo, vai querer mudança. Se duvidam paguem prá ver.
*DR. PAULO ROBERTO DE
LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito do Recife, ex-Procurador Federal (aposentado) e
advogado.
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