* Por Marcos
Augusto Lopes Leandro.
A greve dos bancários incomoda muita gente, mas os donos dos bancos
parecem não se importar. Os trabalhadores estão parados porque os bancos, que
somente nos primeiros seis meses deste ano viram o lucro líquido crescer mais
de 20%, propõem pagar somente 6% de aumento real aos seus funcionários.
São 1.013 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do
ano passado (5.132), um crescimento de 19,73%. Os bancários reivindicam 11,93%
de reajuste, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da
rotatividade e das terceirizações, melhores condições de saúde e trabalho, mais
segurança nas agências e igualdade de oportunidades.
Os Bancários: Os bancários também estão parados para melhorar as
condições de trabalho e consequentemente o atendimento aos clientes, com mais
funcionários nas agências para reduzir as filas e ampliar a qualidade do
contato com a população, Os bancários querem 11,93% de reajuste (inflação mais
5% de aumento real), valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e
fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas
agências e igualdade de oportunidades. Eles aprovaram a greve por tempo
indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 12, depois de
quatro rodadas duplas de negociação com a FENABAN.
Os Bancos: Os bancos, no entanto, só dizem não a tudo que os bancários
reivindicam, como mais contratações, essencial para melhorar a rotina de
trabalho e atendimento aos clientes. Só os banqueiros querem ganhar, sem nada
retribuir à sociedade. Pagam toda a folha de pagamento com o que cobram de
tarifas e ainda sobra muito. Ou seja, os salários dos bancários são pagos
totalmente, com folga, pelo que você cliente paga ao banco pelos serviços, os
banqueiros ganham verdadeiros rios de dinheiro, com os gigantescos juros, visam
o lucro cada vez maior sem se importar com quem quer que seja. O Máximo que os
bancos fizeram foi apresentar uma única proposta no dia 5 de setembro, com
reajuste de 6,1% (que apenas repõe a inflação), rejeitada pelos bancários em
assembleias em todo o país. A concentração de renda pode ainda ser medida por
outro ângulo. Segundo trabalho do DIEESE com base no Censo de 2010, os 10% mais
ricos no Brasil têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais
pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria
que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal
de um integrante do grupo mais rico.
No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Itaú, por
exemplo, os executivos da diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o
que representa 191,82 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os
diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 119,25 vezes o salário do
caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a
diferença é de 106,09 vezes.
Os Clientes: Claro que o cliente tem direito de ser recebido por um
bancário com tempo disponível, sem filas, saudável e bem preparado. Isso é o
que os bancários querem e contam com o apoio da população para avançar e
arrancar dos banqueiros o que eles têm plenas condições de atender. Temos de
dar um basta na ganância dos donos de bancos e forçá-los a retribuir à sociedade
uma parte do que tiram dela. Hoje só os bancos ganham valores astronômicos no
Brasil. São os ganhos dos trabalhadores que fazem forte a economia do país.
*Marcos Augusto é professor de Geografia, Especializado em Gestão Escolar,
Gestão de Marketing em pequenas e médias empresas. Natural de Taquaritinga do
Norte atua como Coordenador na Escola José Bezerra de Andrade e como Diretor da
escola Municipal Francisca Moura Pereira da Silva, e é proprietário do Blog
Dália Net.
OBS: Os artigos publicados no Blog do Elisberto Costa não refletem necessariamente a opinião do Blog e são de inteira responsabilidade de seus autores.
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