sábado, 21 de setembro de 2013

Opinião : Greve dos Bancários

* Por Marcos Augusto Lopes Leandro.

A greve dos bancários incomoda muita gente, mas os donos dos bancos parecem não se importar. Os trabalhadores estão parados porque os bancos, que somente nos primeiros seis meses deste ano viram o lucro líquido crescer mais de 20%, propõem pagar somente 6% de aumento real aos seus funcionários.
São 1.013 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (5.132), um crescimento de 19,73%. Os bancários reivindicam 11,93% de reajuste, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade e das terceirizações, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.

Os Bancários: Os bancários também estão parados para melhorar as condições de trabalho e consequentemente o atendimento aos clientes, com mais funcionários nas agências para reduzir as filas e ampliar a qualidade do contato com a população, Os bancários querem 11,93% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real), valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades. Eles aprovaram a greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 12, depois de quatro rodadas duplas de negociação com a FENABAN.

Os Bancos: Os bancos, no entanto, só dizem não a tudo que os bancários reivindicam, como mais contratações, essencial para melhorar a rotina de trabalho e atendimento aos clientes. Só os banqueiros querem ganhar, sem nada retribuir à sociedade. Pagam toda a folha de pagamento com o que cobram de tarifas e ainda sobra muito. Ou seja, os salários dos bancários são pagos totalmente, com folga, pelo que você cliente paga ao banco pelos serviços, os banqueiros ganham verdadeiros rios de dinheiro, com os gigantescos juros, visam o lucro cada vez maior sem se importar com quem quer que seja. O Máximo que os bancos fizeram foi apresentar uma única proposta no dia 5 de setembro, com reajuste de 6,1% (que apenas repõe a inflação), rejeitada pelos bancários em assembleias em todo o país. A concentração de renda pode ainda ser medida por outro ângulo. Segundo trabalho do DIEESE com base no Censo de 2010, os 10% mais ricos no Brasil têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.
No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,82 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 119,25 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 106,09 vezes.

Os Clientes: Claro que o cliente tem direito de ser recebido por um bancário com tempo disponível, sem filas, saudável e bem preparado. Isso é o que os bancários querem e contam com o apoio da população para avançar e arrancar dos banqueiros o que eles têm plenas condições de atender. Temos de dar um basta na ganância dos donos de bancos e forçá-los a retribuir à sociedade uma parte do que tiram dela. Hoje só os bancos ganham valores astronômicos no Brasil. São os ganhos dos trabalhadores que fazem forte a economia do país.

*Marcos Augusto é professor de Geografia, Especializado em Gestão Escolar, Gestão de Marketing em pequenas e médias empresas. Natural de Taquaritinga do Norte atua como Coordenador na Escola José Bezerra de Andrade e como Diretor da escola Municipal Francisca Moura Pereira da Silva, e é proprietário do Blog Dália Net.

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