Até a segunda quinzena de fevereiro, o Instituto de Criminalística
(IC) concluirá o laudo sobre a reconstituição da morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, (FOTO
ACIMA) realizada em 23 de dezembro de 2013. Essa é uma das lacunas que falta
para a Polícia Civil concluir a investigação do crime ocorrido em 14 de outubro
do ano passado, em Águas Belas, no Agreste do estado. O documento que será
entregue aos delegados Alfredo Jorge e Josineide Confessor trará informações
precisas sobre a posição do carro onde estavam a vítima, sua noiva, Mysheva Martins, e um tio dela. A
possibilidade de os tiros terem sido disparados quando o veículo estava parado
é grande, segundo fontes do Diario. Em um vídeo divulgado ontem, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa (FOTO
ABAIXO), apontado pela polícia como a pessoa que encomendou o assassinato do
promotor, e que está foragido, que Mysheva seria a real mandante do
crime. Ele diz que o veículo de Thiago estava parado e que Myscheafirmava já tinha
deixado o automóvel quando os disparos foram feitos (VEJA O VÍDEO AQUI).
Na reprodução simulada, os peritos encenaram o momento da execução de
Thiago oito vezes. Em algumas delas, o veículo estava inerte no acostamento da
PE-300. Em outras, o carro trafegava em uma velocidade abaixo de 20 Km/h. Na
semana passada, os peritos do IC voltaram ao cenário do crime para esclarecer
algumas dúvidas. “Estamos finalizando o laudo da perícia. Estivemos em Águas
Belas para refazer alguns caminhos e cálculos e também para checar coisas que
não tínhamos feito no dia da reconstituição. Quanto à velocidade do carro do
promotor, simulamos o momento dos disparos com o carro parado e também com o
veículo em baixíssima velocidade”, ressaltou a perita Vanja Coelho, que
trabalha no caso com mais três peritos.
Na gravação divulgada ontem, o fazendeiro diz que está disposto a
prestar depoimento à polícia, caso seu mandado de prisão seja revogado. Num
trecho da entrevista, José Maria conta que o carro do promotor estava sendo
seguido pelo veículo onde estavam os três assassinos e que ele teria parado o
veículo na rodovia, possivelmente a pedido da noiva. “Um carro vinha dando
sinal de luz atrás do veículo do promotor e ele parou o carro porque Mysheva
pediu para ele parar. Essa verdade ela não fala. Também um casal ofereceu ajuda
depois do crime, antes dos parentes dela passarem, e ela não quis. Isso ela não
disse no depoimento”, acusa José Maria. Nos seus depoimentos, a advogada contou
que o carro do noivo foi interceptado por outro veículo onde estariam os
assassinos.
Thiago Faria foi morto com vários tiros de espingarda calibre 12. Dois
dias depois do crime, o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, 47, cunhado de José
Maria, se apresentou na delegacia. Foi preso e liberado por falta de provas. A
Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) firmaram um pacto de
silêncio para não falar mais sobre as investigações. Nos próximos dias, os
delegados Alfredo Jorge e Josineide Confessor voltarão ao Agreste para colher
novos depoimentos. O Disque-Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 10
mil por informações que levem à prisão do fazendeiro José Maria Pedro Rosendo
Barbosa.
Polícia investiga ligação entre crimes
Depois de ter descartado a possibilidade de ligação entre o
assassinato do promotor Thiago Faria e a morte da esposa de um primo de Mysheva
Martins, ocorrida no dia 10 de dezembro de 2013, a polícia mudou de opinião e
está investigando o caso. Um exame de balística foi solicitado ao Instituto de
Criminalística (IC) para tentar identificar se o tipo de munição e a arma
usados na execução de Lúcia de Fátima Gomes e Silva são os mesmos utilizados
pelos assassinos do promotor. Segundo fontes da polícia, caso esse resultado
seja compatível, os investigadores já saberão os nomes dos executores de Thiago
Faria. Isso porque os homens que mataram Lúcia foram identificados. A suspeita
de relação entre os crimes foi levantada pelo modo da execução, semelhante à
morte do promotor.
Lúcia de Fátima estava acompanhada do marido Genival Martins dos
Santos, que dirigia seu veículo para o Sítio Salgado, na Zona Rural de Itaíba,
quando ele foi surpreendido por três homens. Houve troca de tiros. Lúcia não
resistiu. Genival, que havia saído da prisão poucos dias antes do atentado, foi
encontrado em casa com uma espingarda e um revólver calibre 38. Ele foi autuado
por tentativa de homicídio (por ter disparado contra os atiradores) e porte
ilegal de armas. Na época, a polícia alegou que a motivação do crime teria sido
vingança, porque Genival seria responsável pelo assassinato do parente de um
dos suspeitos de participarem do atentado contra ele. O exame de balística que
está sendo feito pelo IC ainda não tem data para ficar pronto. (Por Diário de
Pernambuco)
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