*Dr. Paulo Lima
Para ser
sincero, nos tempos atuais já não me admiro com quase nada! Sei que vocês,
minha meia dúzia de fieis e pacientes leitores, não raramente estão ouvindo
esta frase, principalmente partindo daqueles que já ultrapassaram a barreira
dos 60, 70 anos de idade. Não é o meu caso, claro, mas para certos fatos e
acontecimentos, sinto-me meio “dinossauro”. São esses tempos de internet e de
aparelhos celulares que fazem “de um tudo”, no dizer de uma nossa conhecida,
onde crianças já nascem sabendo usar esta ferramenta dos tempos modernos e,
nós, (eu, no caso) dinossauros da modernidade, ficamos cada dia mais
ultrapassados. Não é discurso saudosista, creiam; é a mais pura verdade. Vou
lhes dizer por que.
Semana que passou
vi uma postagem no “fresquebook”, na qual várias conhecidas minhas estavam
curtindo freneticamente a página de um sítio - é isso mesmo, sítio, pois prefiro usar
termos aportuguesados, na medida do possível - na internet, denominado “Maridos
sem Fronteiras” e, como sou meio curioso, procurei saber do que se
tratava, já que conheço aquela organização humanitária “Médicos Sem Fronteiras”,
que presta relevantes serviços à humanidade, mas essa nunca tinha ouvido falar,
e entrei no “bate papo”. Essa estória de bate papo na internet é engraçada, você fica
digitando, freneticamente, as palavras feito um escrivão de cartório de
interior, usando uma velha máquina de escrever, e ainda chama isto de bate
papo. Fiz a pergunta
e ela de pronto respondeu, que era um site (vamos chamar assim) onde as
moçoilas (não tão jovens assim) procuravam maridos que estariam à disposição
neste mundo virtual, pelo mundo afora. E perguntei se tinha tantos maridos
dando sopa e ela me respondeu: muitos!
E emendou: “mês passado mesmo a minha irmã, que era separada de um alemão, com
dois filhos já criados, arrumou um Italiano e casou-se na Finlândia, de véu e
tudo!” A Finlândia, para quem não sabe, é um país gelado que fica lá
pras bandas do Hemisfério Norte, que faz um frio da gota serena, onde
outra minha amiga pensava que só vivessem pingüins, mal sabendo ela que essas
simpáticas aves são oriundas do nosso Hemisfério. Lá, ao contrário, não tem
pingüins, mas seus habitantes, que não são esquimós, têm uma das melhores
qualidades de vida dentre os países da Europa, para seu governo (deles, claro).
Eu não sei por que diabos ela casou lá, com esse marido Italiano, pois
a minha amiga do bate papo não soube responder. “Mas que casou, casou, pois ela postou fotos
na internet para todo mundo ver!” Fiquei a matutar um pouco e deduzi,
que, com esse entusiasmo ela mesma, que estava solteiríssima, já tendo sido
casada três vezes, atualmente beirando a casa dos 50, também estivesse com um
marido engatilhado... Para ter certeza, indaguei: E você, amiga? Ao que ela
respondeu prontamente: “ainda não, mas já estou acertando os
detalhes com um americano.” Americano, indaguei? “Sim, é um soldado veterano que
voltou da guerra do Iraque e está doidinho prá casar. Só preciso saber se ele é
bom de bolso.” E Encerrou o papo, ou melhor, o bate papo. Internet tem
de um tudo mesmo...
Abraços a todos.
*DR. PAULO ROBERTO
DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco,
bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, Advogado e atualmente
exerce o cargo de Procurador Federal.
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