sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

MARIDOS SEM FRONTEIRAS!

*Dr. Paulo Lima

Para ser sincero, nos tempos atuais já não me admiro com quase nada! Sei que vocês, minha meia dúzia de fieis e pacientes leitores, não raramente estão ouvindo esta frase, principalmente partindo daqueles que já ultrapassaram a barreira dos 60, 70 anos de idade. Não é o meu caso, claro, mas para certos fatos e acontecimentos, sinto-me meio “dinossauro”. São esses tempos de internet e de aparelhos celulares que fazem “de um tudo”, no dizer de uma nossa conhecida, onde crianças já nascem sabendo usar esta ferramenta dos tempos modernos e, nós, (eu, no caso) dinossauros da modernidade, ficamos cada dia mais ultrapassados. Não é discurso saudosista, creiam; é a mais pura verdade. Vou lhes dizer por que.
Semana que passou vi uma postagem no “fresquebook”, na qual várias conhecidas minhas estavam curtindo freneticamente a página de um sítio - é isso mesmo, sítio, pois prefiro usar termos aportuguesados, na medida do possível - na internet, denominado “Maridos sem Fronteiras” e, como sou meio curioso, procurei saber do que se tratava, já que conheço aquela organização humanitária “Médicos Sem Fronteiras”, que presta relevantes serviços à humanidade, mas essa nunca tinha ouvido falar, e entrei no “bate papo”. Essa estória de bate papo na internet é engraçada, você fica digitando, freneticamente, as palavras feito um escrivão de cartório de interior, usando uma velha máquina de escrever, e ainda chama isto de bate papo. Fiz a pergunta e ela de pronto respondeu, que era um site (vamos chamar assim) onde as moçoilas (não tão jovens assim) procuravam maridos que estariam à disposição neste mundo virtual, pelo mundo afora. E perguntei se tinha tantos maridos dando sopa e ela me respondeu: muitos! E emendou: “mês passado mesmo a minha irmã, que era separada de um alemão, com dois filhos já criados, arrumou um Italiano e casou-se na Finlândia, de véu e tudo!” A Finlândia, para quem não sabe, é um país gelado que fica lá pras bandas do Hemisfério Norte, que faz um frio da gota serena, onde outra minha amiga pensava que só vivessem pingüins, mal sabendo ela que essas simpáticas aves são oriundas do nosso Hemisfério. Lá, ao contrário, não tem pingüins, mas seus habitantes, que não são esquimós, têm uma das melhores qualidades de vida dentre os países da Europa, para seu governo (deles, claro).
Eu não sei por que diabos ela casou lá, com esse marido Italiano, pois a minha amiga do bate papo não soube responder.  “Mas que casou, casou, pois ela postou fotos na internet para todo mundo ver!” Fiquei a matutar um pouco e deduzi, que, com esse entusiasmo ela mesma, que estava solteiríssima, já tendo sido casada três vezes, atualmente beirando a casa dos 50, também estivesse com um marido engatilhado... Para ter certeza, indaguei: E você, amiga? Ao que ela respondeu prontamente: “ainda não, mas já estou acertando os detalhes com um americano.” Americano, indaguei? “Sim, é um soldado veterano que voltou da guerra do Iraque e está doidinho prá casar. Só preciso saber se ele é bom de bolso.” E Encerrou o papo, ou melhor, o bate papo. Internet tem de um tudo mesmo...
Abraços a todos.


*DR. PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, Advogado e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal. 

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