Somos
eternos imitadores. Desde pequenininhos o nosso aprendizado tem início com a
imitação, a começar pela fala e, talvez, seja por isso mesmo, que, vez por
outra plagio frases, como a que inicio estas mal traçadas linhas. É que nesta
manhã lembrei de um livro que li há tempos atrás e tinha justamente este título
-
Feliz ano Velho - de autoria de Marcelo Rubem Paiva, um jovem paulista,
hoje senhor, filho do Deputado Federal RUBEM PAIVA, morto pela repressão militar
nos anos 60, que tanto mal causou ao nossos País e aos nossos jovens e ainda
existem saudosistas daqueles negros tempos, vejam vocês! A história, se não me
falha a memória, relata o triste fato que ocorreu com o mesmo, quando, junto a
alguns colegas, num passeio, pouco antes do natal de 1979, resolveu dar um
mergulho numa lagoa ou num rio, não lembro bem. Ocorre
que ele não conhecia o local, que tinha apenas meio metro de profundidade e quando
mergulhou de cabeça fraturou uma vértebra da coluna, à altura do pescoço e
ficou tetraplégico. Daí em diante a sua vida mudou radicalmente e viu a sua
juventude dourada, com namoradas, festas, divertimentos diversos, desmoronar
completamente! Mas ele não desistiu.
Seguiu em frente e resolveu contar num livro de memórias as lembranças de sua
infância, o desaparecimento repentino do seu pai, para nunca mais voltar, a
solidariedade dos amigos e a força de sua mãe, (sempre ela, nossa mãe) que, ao seu lado lhe deu coragem e força
para continuar a viver. Um belo livro.
Mas,
em verdade, o tema destes escritos não é este. Foi apenas um pretexto para dizer a vocês que
compõem esta meia dúzia de fieis e pacientes leitores, que, apesar de tudo o
ano de 2015, que findou, para mim foi um ano bom. Sabem por quê? Porque, apesar
de todas as más notícias propagadas diuturnamente pela imprensa desse nosso
Brasil varonil, que anunciava dia sim, outro também, que o nosso País caminhava
para um buraco sem fim, com crises, desemprego, inflação alta, corrupção,
violência, enfim, todas essas mazelas possíveis e imagináveis deste mundo, acompanhadas
das sete pragas do Egito, com a chicungunya incluída - valha-me Deus - conseguimos sobreviver! Pois é.
E,
sinceramente, eu não tenho do que me queixar, já que atravessei 2015 sem muitos
atropelos, consegui encerrar a minha carreira no serviço público e chegar à
minha tão sonhada aposentadoria, no pretérito mês de abril, com a minha folha
funcional limpa, sem constar nela, sequer, uma advertência e somente este fato,
para mim, já é excelente! Mas não foi
apenas por isto. Vivi um ano normal. E se estivéssemos conversando, perguntaria
a vocês, como foi o seu ano que passou?
Esta pergunta é pertinente, porque, diante de tantas notícias ruins, que
ouvimos durante o ano de 2015, já é um verdadeiro milagre divino estarmos
vivos! É brincadeira...
Mas, falando sério, vocês já repararam que, quase sempre, nas
mensagens que recebemos das pessoas, após o Natal, sempre nos desejam um feliz
ano novo, sem sequer se preocuparem em saber como foi o nosso ano velho? Pois é. E é justamente este fato que me animou
a escrever estes rabiscos e dizer, que, ao iniciar este ano de 2016 não peço
nada mais que a felicidade de ter atravessado 2015 em paz e com relativa saúde
e, sinceramente, se 2016 findar para mim da mesma forma, darei graças aos céus
e direi, mais uma vez, Feliz ano Velho!
*DR. PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela
Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife,
ex-Procurador Federal, e atualmente exerce a advocacia.
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