*Dr. Paulo Lima.
Esta manhã acordei com a corda toda! Também pudera, já que não
preciso sair de madrugada para o trabalho para me livrar deste trânsito
infernal que atormenta a vida daqueles que têm que se deslocar, diuturnamente, nesta
“cidade grande”. E dou graças a Deus por não precisar pegar um ônibus lotado,
que mais parece uma grande lata de sardinhas em conserva. Mas, deixemos de lado essa conversa mole,
pois eu quero é falar de coisas boas, já que, graças ao jogo de logo mais a
tarde, entre Alemanha e Estados Unidos, é ponto facultativo aqui no “Grande
Recife”, e eu não preciso sair correndo para a Procuradoria, logo de manhã
cedinho!
E por falar em jogo, alguns estão dizendo que vai haver um
arrumadinho entre as duas seleções, pois um empate classifica ambas, vejam
vocês! Mas isso deve ser conversa de tucano. É, meus caros, o que tinha de
tucano torcendo para que a copa desse errado, não tá no gibi! Eu acho que estavam era com muita inveja, já
que a FIFA escolheu o tatu-bola para ser o mascote desta copa! Eu mesmo, preferiria
um urubu como mascote, ao invés dessa ave agourenta! Deus me livre! Voltemos ao
assunto.
Tem gente que acha que o povão tem que “se lascar os sete dias da
semana”, trabalhando de sol a sol, e fica “p” da vida quando há um feriado no meio
da semana. É claro que essas pessoas são patrões, pois se precisassem sair todo
dia de madrugada de casa, espremidos dentro de um “Buzão”, duvido que achassem
ruim um feriado aqui, outro acolá. Patrão é assim mesmo. É feito tucano, que
tem preguiça até de fazer um ninho e, no final, vem torcer para a copa dá errado. Ainda bem que está
dando tudo certo. Mas, diria você que me lê nesse momento, que, até parece que
estou de marcação com os tucanos e, confesso, to mesmo!
Mas, falando sério, esta semana ouvi no rádio uma matéria que
falava sobre uma pesquisa feita com operários de uma empresa. A pesquisa
dividiu cem deles, em duas turmas: uma delas trabalhou durante um certo
período, dois anos, salvo engano, cumprindo quarenta horas semanais, com
repouso aos sábados e domingos e feriados. A outra, trabalhou cinquenta horas,
com descanso apenas no domingo, sem feriados. No final da pesquisa restou
constatado que o pessoal que trabalhou cinquenta horas adoeceu mais, faltou
mais ao trabalho e não produziu o mesmo que o pessoal da outra turma! É
evidente, diriam vocês, já que ninguém é jumento, para “trabalhar dia e noite, feito cantiga de grilo”! Mas o que quero dizer é que certo mesmo estavam
certos filósofos, na Grécia antiga, denominados hedonistas, que buscavam o
prazer, ou mais propriamente, a felicidade, como o bem supremo. Afinal, o que buscamos nesta vida, se não, a
felicidade? E por falar nisso, agora vou contar para vocês uma estória que
ouvi, de um grande advogado, Syleno Ribeiro, com quem tive o prazer de
trabalhar logo no início de minha advocacia.
Certo dia, numa quinta-feira, chegou no escritório um seu amigo, advogado
muito conhecido aqui no Recife, de nome “Zé Luiz” – o nome está trocado de
propósito, é claro – mostrando a ele
uma caixinha de Viagra (o Viagra tinha
sido descoberto há pouco) feliz da
vida, dizendo que na sexta-feira estava indo passar o final de semana em
Fernando de Noronha, com uma morena de vinte anos, olhos verdes, cabelo na
cintura, mais de metro e oitenta de pura
tentação! Syleno ficou olhando o entusiasmo do seu velho amigo e sentenciou: “Zé
Luiz, Zé Luiz, vai com calma, Zé Luiz, tu não tem mais idade para isso. Lembra
que a natureza é sábia e o nosso tempo de fazer estas extravagâncias já passou.”
Ao que Zé Luiz retrucou: “que nada Syleno, tu podes estar velho, eu
não; eu quero é gozar a vida!” E gozou mesmo, pois morreu nos braços da
morena, feliz da vida... Eu, que não sou
nenhum “Zé Luiz”, quero bem menos. Quero, muito em breve, só ficar deitado na
minha rede, contemplando o horizonte, de “pernas pro ar que ninguém é de ferro”!
Um abraço a todos.
*Dr.Paulo
Lima é advogado e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal.
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