*Por Aldo Amaral
Desemprego e inflação
são eventos que interferem negativamente no bem-estar da população. Sociedades
com alta taxa de desemprego, como é o caso de diversos países da Comunidade
Europeia, têm bem-estar diminuído. E o convívio humano pautado na paz passa a
correr riscos. Economias com alta taxa inflacionária são caracterizadas pelo
baixo consumo e com alto desemprego. Neste caso, pessoas se encontram em estado
de desconforto.
São variadas as causas
do desemprego: ausência de qualificação profissional, inércia do estado no
investimento público e inoperância do poder estatal em incentivar a
economia. As causas da inflação são
diversas: aumento do gasto público, mais consumo e menor oferta de produto,
baixa produtividade da economia e desatenção dos governos com o controle
inflacionário.
Desemprego e inflação
são males da economia. Portanto, precisam ser combatidos. Causa-me surpresa,
entretanto, ouvir de variados economistas de que para a taxa da inflação
brasileira ser diminuída é necessário o aumento do porcentual de desempregados.
Tal raciocínio é esdrúxulo e egoísta. Economistas que defendem o aumento do
desemprego como instrumento para o combate a inflação mostram ausência de
preocupação com o conforto das pessoas.
A pergunta que deve
ser feita é: como combater o aumento do custo de vida? O combate ao aumento dos
preços através do incentivo do desemprego gerará males econômicos e sociais.
Mais desemprego, menor receita para o estado. Mais desemprego, mais despesas do
poder público com o seguro-desemprego. Mais desemprego, menor consumo. Mais
desemprego, diminuição do bem-estar das pessoas.
O emprego traz
dignidade para as pessoas. O emprego gera sorrisos e alegrias. A inflação
proporciona perda do poder de compra, diminuição de agrado, tristeza. Emprego,
bem-estar e poder de consumo não combinam com inflação. Porém, não se pode
combater a inflação incentivando o desemprego.
O estado deve ofertar,
em parceria com a iniciativa privada, qualificação profissional. Com isto, mais
produção, mais oferta de produtos e serviços. O estado, em parceria com a
iniciativa privada, deve investir em infraestrutura. Por consequência, maior
produção, mais empregos, mais renda. O estado deve priorizar os gastos públicos
sem desconsiderar, entretanto, a qualificação dos serviços públicos. Governos
que cuidam da sua população combatem a inflação com decisões sábias e não com
medidas simplistas que retiram a felicidade e a dignidade das pessoas.
*Aldo Amaral é
Presidente da Força Sindical de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário