Árvore da Vida, Cremação Ecológica ou Enterro
Verde são alguns dos nomes dados a um serviço que propõe utilizar as cinzas
pós-cremação para o plantio de uma muda de árvore. A proposta não é nova, mas
vem ganhando muitos adeptos recentemente. Guilherme Lithg, gerente regional do
Cemitério Morada da Paz Pernambuco, oferece o serviço desde janeiro de 2013.
Ele explica que as cinzas são colocadas dentro de urnas biodegradáveis,
próprias para receber uma muda, adubo e terra. Em seguida, é feito o plantio.
Após alguns dias, a semente começa a germinar e crescer. “A Árvore da Vida é
uma forma de perpetuar a lembrança através do cultivo de uma nova vida”,
reforça Lithg. Tal qual acontece com os jazigos, cada muda recebe uma placa de
identificação, mostrando o nome de quem está ali.
Quem decide jogar as cinzas no mar, pode optar
por uma urna específica para isso. Algumas empresas já oferecem urnas
hidrossolúveis em formato de concha para facilitar o ritual que muitas famílias
vêm seguindo. A urna flutua por alguns minutos antes de afundar e dissolver-se,
com as cinzas, na água do mar. Além do material ecológico da urna, a mesma vem
acompanhada de um plástico especial desenvolvido nos Estados Unidos, que também
dissolve na água. O plástico serve para abrigar as cinzas e é colocado dentro
da urna por uma pequena tampa. A urna é selada com cola artesanal e ecológica,
também hidrossolúvel.
SUSTENTABILIDADE:
A bióloga Rejane Mansur foi uma das que optaram pela Árvore da Vida, no Morada
da Paz. Ela destaca a importância do serviço como um todo, o uso de urnas
ecológicas biodegradáveis até a participação das cinzas no ciclo nutricional da
árvore. “É um projeto lindo e encantador, é uma maneira real de dar
continuidade à vida, pois as cinzas são absorvidas pelas raízes, ajudando a
muda a se desenvolver”, afirma.
Essa transformação do cenário funerário se dá
há algum tempo. Desde o visual - hoje boa parte dos cemitérios têm aparência de
parques - até o aspecto cultural, com a adesão cada vez maior de planos
funerários, por exemplo. As pessoas estão cada vez mais conscientes com relação
a impacto ambiental de suas ações e procurando alternativas em todos os
cenários.
CRIAÇÃO DE ELO: Com essa mudança nos costumes, as alternativas
oferecidas pelas empresas do segmento funerário tentam amenizar o momento
doloroso de perda. Lithg acredita que a grande procura por serviços como o
Árvore da Vida se dá nesse sentido: “Ainda temos uma forte questão cultural de
criar um ponto de referência para realizar visitas, fazer suas orações, colocar
adornos, comparecer em datas comemorativas, entre outras. Ao depositar os
restos num local físico, os parentes criam, assim, um elo e podem cumprir seus
rituais. A ideia é que o hábito de visitar o cemitério seja semelhante a um
passeio no campo. Quanto mais simples e natural, melhor”, finaliza o gestor.
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