sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A LUA ME TRAIU

*Por Dr. Paulo Lima.

Esta semana que passou não se falou noutra coisa se não na lua vermelha, super lua, lua de sangue e nem sei mais o quê. Refiro-me ao fenômeno do eclipse lunar que ocorreu na noite do domingo, quando a lua, estando em seu ponto mais próximo da terra é encoberta gradativamente num alinhamento entre o nosso planeta azul e o sol e, aos poucos, volta a aparecer como uma enorme bola alaranjada. As expectativas em torno deste fenômeno que ocorre raramente - outro igual a este, dizem os astrônomos, só ocorrerá em 2033 – foram tantas que alguns se sentiram traídos pela lua, já que esperavam um espetáculo belíssimo por parte de nosso satélite, que tanto tem inspirado os poetas ao longo dos anos, o que não ocorreu. Eu, de minha parte, vou logo avisando que não perdi um só minuto de sono para ficar observando a lua. De jeito nenhum, pois quando a lua foi encoberta e, logo em seguida começou a reaparecer, por volta das 23:45 horas já estava nos braços de Nix, a deusa da noite, no terceiro sono. E, se eventualmente, ainda estiver entre os mortais, no ano de 2033, o que não acho provável, não perderei um só minuto do meu precioso sono para observar este fenômeno. Portanto, neste aspecto a lua nunca vai me trair.
E por falar em traição, se não me engano, o título que inspirou estas mal traçadas linhas é o mesmo de uma composição cantada pela “Banda Calypso” e tem tudo a ver com traição. Aliás, nesses últimos dias o que mais se comentou foi o chifre que o “Chimbinha” colocou em Joelma. E não é que deu certo? Refiro-me ao “disse me disse” que este fenômeno gerou, pois as músicas de gosto duvidoso daquela banda, que já estava meio esquecida pelo público, voltaram às paradas de sucesso, vejam vocês! Dizem até que foi uma jogada de marketing. E não duvidem disso, pois os marqueteiros, nestes tempos modernos, dizem, conseguem fazer verdadeiros milagres! Taí a eleição de DILMA ROUSSEF, que não me deixa mentir! Cala-se boca…
Essa coisa de chifre é engraçada, ou melhor, só tem graça quando é colocado na cabeça dos outros, pois na nossa, dizem que dói que só a gota serena! Mas o fato é que ao longo dos anos, tanto os chifres quanto à lua serviram de inspiração e deram origem a belas canções. Agora me lembrei de duas delas: “Matriz e Filial”, de Lupicínio Rodrigues, e “Ninguém é de Ninguém”, cantada na extraordinária voz de Cauby Peixoto. Coincidentemente estas duas lindas canções fizeram parte de um disco produzido por mim e pelo cantor pernambucano Augusto César, há tempos atrás, e tem a minha participação (eu também sou enxerido que só a gota serena) em algumas faixas, fazendo introduções no sax-tenor. Atualmente ando meio destreinado, mas estou prometendo a mim mesmo que vou voltar a tocar este belo instrumento musical ainda este ano…
Voltando aos chifres, ou melhor, ao tema, eu não sei como é que o “Chimbinha”, com aquela cara de lua cheia teve coragem de trair Joelma! O fato é que eu pensei que, quem tinha levado chifres era ele, mas, consultando Maria, que trabalha aqui em casa (Maria é minha consultora informal para esses assuntos) e nas horas vagas é especialista nesse gênero musical (refiro-me à chamada música brega) ela me garantiu que “Chimbinha” é virado no “cavalo de Horácio” * e traiu a coitadinha da Joelma até com a babá dos filhos do casal, vejam vocês! Há alguns anos atrás a “Banda Calypso”, quando ainda não era famosa, fez uma apresentação, num domingo, no “Parque das Águas”, em Taquaritinga do Norte. Estava passando o dia no Hotel Fazenda, que fica em frente ao referido balneário, mas não tive nenhuma vontade de assistir ao referido show e, muito embora tenha sido convidado, assim que o show começou voltei ao hotel. O fato é que, com ou sem a minha presença, foi um sucesso absoluto! *(Para quem não sabe, Horácio era um senhor que tinha uma pequena propriedade rural, lá prás bandas do “Riacho Doce”, em Taquaritinga do Norte e possuía um cavalo “pai d égua”, famoso por sua atividade sexual e não se furtava a namorar, de jumentas a éguas, traçando todas!) Mas esta é uma outra estória…
O fato é que a lua me traiu! É que, embora por alguns instantes, vestiu-se de vermelho, a cor da facção política adversária em nossa terrinha, Vertentes. O meu consolo, porém, é que, enquanto esta atitude pérfida por parte de nossa lua somente se repetirá em 2033, a nossa terra é sempre azul, e assim será por todos os dias de nossa breve existência!
Abraços a todos.

*DR. PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, ex Procurador Federal (aposentado) e advogado.

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